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Luis Barros
12.10.2018
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“Desculpe, Professor, mas prefere
teatro, televisão ou o estúdio de gravação?”
Eis uma pergunta
que nunca poderíamos colocar a Luís Barros.
Não porque ele não
tivesse uma resposta pronta…
Afinal, como docente de Teoria e
Prática Teatral há mais de 15 anos, está preparado para responder
a questões complexas.
Mas não faria sentido pedirmos que escolhesse
entre estes campos da representação, já que em todos este ator
merece o reconhecimento do público e dos pares.
Assim como em
cinema, em locuções, em dobragens, em direção de atores…
Percebem o problema.
É natural que também seja difícil
Luís Barros nomear um só papel que o tenha marcado. Foram tantos e
tão inesquecíveis, em palcos tão variados, que dizer um seria
impossível. Mas é isso que acontece quando falamos de um ator que
em duas décadas de carreira nunca parou de procurar novos desafios
e, tão importante como os muitos sucessos, partilhar com os colegas
de profissão, os alunos e o público tudo o que aprendendo nesse
percurso.
Mas como chegou até aqui, a este
currículo preenchido e a ser considerado um dos melhores dobradores
portugueses?
Bom, se pensarmos que nasceu na África do Sul e que só
veio para Portugal em 1987, podemos dizer que tem sido uma viagem
constante. Da infância no hemisfério sul aos estudos secundários
já na área da representação não há muito para contar, mas essa
passagem pela Escola Profissional de Teatro de Cascais deixou marcas
profundas.
Foi com base nessa formação inicial
que teve a sua estreia em palco, logo com as palavras do ‘pai do
teatro português’, numa encenação de Carlos Avillez do clássico
Auto da Barca do Inferno.
Atingida esta meta, Luís seguiu a
mesma linha nos estudos superiores: licenciatura em Teatro na Escola
Superior de Teatro e Cinema. Pouco depois, voltaria à antiga escola
mas com um estatuto diferente: professor.
Desde 2003, cabe a Luís
Barros a disciplina que introduz os jovens alunos na essência do
‘ser-se ator’: a teoria e a prática teatral.
Mas longe da escola, Luís continua a
ensinar, a guiar, a ajudar outros atores a tirar a melhor performance
de cada papel.
Foi a ele que coube a direção de atores da premiada
telenovela Sol de Inverno (SIC, 2013/14), por exemplo. Ou,
mais recentemente, foi Luís que ajudou a dirigir as pitorescas
interpretações da série cómica Excursões Air Lino (RTP,
2018).
Por outro lado, podemos encontra-lo frequentemente no estúdio
de gravação a dar dicas e sugestões em mais uma sessão de
dobragem. Ou a gravar só mais uma fala, uma onomatopeia, um
monólogo.
Isto porque Luís Barros tem uma das
vozes mais requisitadas para as versões portuguesas de filmes e
séries de animação.
O terrível Lord Gardamon de Lego Ninjago?
Voz do Luís.
A preguiça Flash, residente em Zootrópolis?
Voz do Luís.
O Tobot Y, da série Tobot? Voz do Luís. Além da direcção de dobragens das temporadas 3 e 4 desta série.
O Tobot Y, da série Tobot? Voz do Luís. Além da direcção de dobragens das temporadas 3 e 4 desta série.
Sonic, Thunderbirds e A Vida Secreta
dos Bichos? Três projetos que contam com o talento vocal deste
ator, mas a lista é extensa e continua a crescer.
Além disso, Luís Barros também é
muito requisitado para locuções em campanhas publicitárias ou
documentários.
Entre as várias marcas que apostaram no seu registo,
temos McDonalds, Western Union, Mercedes, Santander, etc.
Quanto a narrações, além de muitos outros
projetos, coube a este ator dar voz a Francisco Sá Carneiro nas
leituras do docudrama de Rogério Borges Fúria de Viver
(2005).
E se tudo isto se
passa longe das câmaras, não podemos esquecer que Luís já
conquistou o seu espaço na ‘caixinha mágica’.
Entre séries,
novelas, telefilmes e outros programas, destacamos dois projetos
recentes que lhe granjearam elogios: o ‘Filipe Pelicano’ de Mar
Salgado (SIC, 2014/15) e o paranóico ‘Fanã’ que lá ia
dizendo Sim, Chef! (RTP, 2017).
Perante tantas credenciais, só
nos resta ouvir as indicações de Luís e responder: ‘Sim,
Professor!’