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André Patrício
29.06.2018
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“Sai da casca” é uma expressão
que, nos últimos tempos, ganhou uma alma diferente.
Porquê? Por
causa da interpretação de André Patrício numa campanha
publicitária mais atrevida – onde só deu uso à sua voz.
Mas a
carreira deste torriense que já conquistou Lisboa está cheia de
frases, momentos e muitos personagens que, com maior ou menor
atrevimento, guardamos na memória.
Tudo começou com a saída de Torres
Vedras e a vinda para a capital.
Com 18 anos, André Patrício estava
pronto para conquistar o mundo. Dois anos depois, já emprestava a
cara e a voz a algumas das principais marcas nacionais (TMN, Vitalis,
Compal, etc).
Até 2005, construiu um portefólio publicitário
invejável – que nunca deixou de crescer.
Hoje, só em locuções e
“voz de marca” ou “de campanha”, os talentos do ator foram
procurados por: Calvé, Skoda, Worten, Burguer King, Yokai Watch, entre muitos outros.
A campanha “Calvé –
Manteiga de Amendoim” é a mais recente, mas basta apurar um pouco
os sentidos e lá surge a voz de André Patrício numa
dobragem/locução.
Mas falemos do princípio e do que o
trouxe até aqui.
Muito antes de apostar na licenciatura na Escola
Superior de Teatro e Cinema – Ramo Actores (2006-2009), já este
jovem tinha frequentado diversos workshops de acordo com os
seus objetivos de carreira.
Entre estúdios de gravação e décors,
ele aprimorou as técnicas necessárias: Representação (2000), Voz
e Postura (2000), Script Analysis (2003) e Interpretação
para a Câmara (2004), entre outras.
Além destas formações, André
Patrício ganhou “tarimba”. Com a publicidade a dar ótimos
resultados, não foi de estranhar que a televisão exigisse cada vez
mais a sua presença.
Assim, começaram a surgir os papéis em
telenovelas e séries: o Frederico de “Morangos com Açúcar”
(2003), o Kiko de “Baía das Mulheres” (2004) e as muitas dezenas
de participações que se seguiram.
Mais recentemente, pudemos
acompanhá-lo nas investigações do “Inspetor Duarte” (“Santa
Bárbara”, TVI, 2017), nos treinos do PT “Hugo Santos” (“I
Love It”, TVI, 2013-17), nas intervenções de uma transexual n’”A
Criação” (RTP, 2017) e nas “Excursões Air Lino” (RTP, 2018)
como um “Hipster-Mor” que tirava qualquer um do sério.
Esta polivalência e vontade de
arriscar também são notórias nos vários papéis que encarnou em
palco.
Depois de trabalhar com as palavras do “avô” do Teatro
português, Gil Vicente, numa encenação de António Pires do “Auto
da Barca do Inferno” (2005, Mosteiro dos Jerónimos”, seguiram-se
Sófocles (“Rei Édipo”, 2009-10) e Tennessee Williams (“Um
Elétrico Chamado Desejo”, 2010), ambos levados a cena no Teatro
Nacional D. Maria II.
Neste campo, para lá de outros papéis,
destaque para as várias colaborações com André Murraças e Daniel
Gorjão, assim como a peça “Toda a Cidade Ardia” (2017,
encenação de Marta Dias).
Mas André Patrício também
experimentou o cinema, integrando os créditos de várias
curtas-metragens experimentais (“Requiem for a dream”, 2010; e
“Helena”, 2007) e de projetos de Rita Nunes (“Dia Triunfal”,
2009) e de Werner Schroeter (“Une Nuit de Chien”, 2008).
Por fim, um olhar para fora do mundo
das artes. Além de um currículo consistente e crescente como
intérprete das palavras e visões de outros, André Patrício também
tem um olho para o negócio. Depois de uma mercearia local onde as
tartes são as rainhas (e muitas saíram das suas mãos) – “Tartes
e Companhia” –, este jovem empreendedor é um dos motores por
detrás do sucesso da barbearia/cabeleireiro “Vasco.Lx”, a versão
alfacinha do conhecido salão do açoriano Vasco. Se dúvidas
houvesse sobre esta aposta, basta olhar para as metamorfoses de
visual que o ator revela nas redes sociais ou em cada novo
personagem.
Saído da casca e bem.