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Carla Chambel
24.09.2012
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«Agora sim, damos a volta a isto! Agora sim, há pernas para andar! Agora sim, eu sinto o optimismo! Vamos em frente, ninguém nos vai parar!»
Se fizesse um filme sobre o povo português, era assim que queria que começasse. Ou pelo menos era esta música dos ‘Deolinda’ que escolheria para banda sonora. Porque estes versos (ou os seguintes) «nos definem como ninguém», disse em tempos numa entrevista. Se escolhesse uma personagem para interpretar, seria a Rainha Santa Isabel: «porque precisamos de milagres». Ou a ‘Cuddy’, do House: talvez porque precisamos de uma mulher de ferro.
Estreou-se nos palcos apenas com 19 anos. E num dos grandes. A peça era ‘A Disputa’, de Marivaux, o palco era o do Teatro Nacional D.Maria II. Desde então começou a viver para a representação. Quer em cena, quer fora dela.
Carla Chambel tem 35 anos e muita experiência em teatro. Formada em actores pelo antigo Conservatório, a actual Escola Superior de Teatro e Cinema, traçou o seu percurso em alguns dos maiores palcos portugueses, como o Teatro da Comuna, o Teatro Aberto, o Teatro Meridional, o Teatro Nacional de S.João, o Teatro da Trindade ou o D. Maria II.
Não esquecendo a vasta presença no cinema, foi na televisão – como quase sempre acontece na sociedade portuguesa - que ganhou mais visibilidade. Na RTP, integrou o elenco de séries como ‘A Ferreirinha’, ‘João Semana’, ‘Pedro e Inês’, ‘Até Amanhã Camaradas’ ou, mais recentemente, ‘Cidade Despida’ e ‘Materninade’. Já na SIC, protagonizou ‘Resistirei’, fez parte de ‘Vingança’ e ficou conhecida por ser uma das protagonistas de ‘Jura’, uma série quente, com direito a bolinha vermelha no canto do ecrã, que não a intimidou.
Carla também trabalha , e muito, na sombra dos ecrãs. Ora atrás dos microfones, em dobragens para desenhos animados e na locução para publicidade - onde dá a voz há mais de 8 anos a marcas como Bes , alternando com outras como L’oreal, Pingo Doce, Axe, Magnum, Trifene, Bisolvon, Slim Intense, Pankreoflat, Vanish, Pingo Doce, Bmw, Bimbo, entre muitos outros projectos de cariz institucional, Audiolivros, Ivr’s .Ora nos bastidores de produções televisivas, como foi o caso da última telenovela portuguesa da SIC, 'Laços de Sangue'.
Deixando de lado a actriz que é e agarrando com unhas e dentes o papel de directora de actores, Carla Chambel pôde transmitir aos colegas todos os ensinamentos que as escolas que frequentou e os palcos que pisou lhe deram ao longo do seu percurso profissional.
E neste palco mais resguardado, o sucesso foi pleno. É que, consigo na liderança dos actores, a equipa de Laços de Sangue conquistou em Nova Iorque, o International Emmy Award de melhor telenovela. Ainda que sem se aperceber, talvez Carla tenha mesmo sido a tal ‘Cuddy’ (a do House) que desejava vir a interpretar um dia.