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Joana de Verona
20.09.2018
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Podia ser Fiji ou Martinica, mas ficou
Verona, Joana de Verona.
Com o coração entre os dois lados do
Atlântico e uma carreira que continua em ritmo ascendente, esta
jovem atriz luso-brasileira deve o seu nome à fixação geográfica
do pai.
Num mapa, apontou para a célebre cidade italiana,
reconhecida como palco dos amores de Romeu e Julieta.
Hoje, anos
depois, a filha carrega o simbolismo de encarnar no cinema uma das
trágicas figuras da maior história de amor que Portugal já
conheceu: Inês de Castro.
Mas onde começou o percurso de Joana?
Se aos quatro anos já queria ser atriz ou bailarina, e aos oito se
sentia feliz em palco, podemos dizer que a vocação nasceu com ela.
Com a infância passada entre Portugal e Brasil, Joana procurou
sempre conciliar estas duas paixões, mantendo as aulas de
representação e dança paralelas aos outros estudos. Em Almodôvar,
no Alentejo, teve essa primeira experiência de felicidade perante
uma plateia. Todos os anos e palcos que se seguiram só aumentaram
esse desejo de procurar na arte um pouco mais de alegria, de
experimentação, de alma.
Comecemos pela televisão, embora seja
um espaço tardio entre os vários que ajudaram Joana a desenvolver
uma carreira abrangente.
Da série juvenil ‘Morangos com Açúcar’,
em 2007, à próxima aposta da TVI na ficção, ‘Valor de Vida’,
esta jovem atriz teve um interregno incomum. Mesmo que tenha apostado
mais noutras áreas da representação, nos últimos anos acumulou
papéis e elogios.
O grande destaque vai para ‘Ouro Verde’ (TVI,
2017), a novela que lhe deu ‘Bia’, a sua primeira protagonista
televisiva, e um enorme reconhecimento do grande público.
No entanto, até hoje a carreira de
Joana passou sempre mais pelo cinema e pelo teatro.
Passados os
tempos no Chapitô e na Escola Superior de Teatro e Cinema, ela
seguiu para França e, aos 22 anos, estava a realizar o seu primeiro
documentário: ‘Chantal’ – um projeto enquadrado na formação
em cinema que procurou nos Ateliers Varan e que ainda hoje lhe vale
bons debates junto da audiência.
Essa ligação ao cinema é explícita
perante o número de curtas e longas-metragens que contam com o seu
nome nos elencos. Sejam grandes produções, como ‘As Linhas de
Wellington’ (2012) ou ‘As Mil e Uma Noites: Volume 2 – O
Desolado’ (2015), ou pequenos vídeos experimentais, são dezenas
os créditos que a referenciam, tanto dentro como fora de portas.
Mais recentemente, pudemos vê-la a promover ‘Praça Paris’
(2017), um filme de Lúcia Murat que aborda as tensões raciais na
cidade do Rio de Janeiro e, por extensão, no Brasil.
Muito em breve, e perante a expetativa que se nota, Joana também terá outro
grande momento quando estrear o filme ‘Pedro & Inês’.
Mesmo sendo a moda outra área de
destaque e tendo várias publicidades no portefólio, a carreira
desta jovem atriz também encontra espaço para um outro recurso onde
o mais importante não está à vista, mas sim guardado na capacidade
de dar vida às palavras: a voz.
No estúdio de gravação, Joana de
Verona tem conseguido cada vez mais sucessos.
É o seu timbre que
anima as campanhas de Worten, Cascaishopping, Citroen, entre muitas outras empresas.
Com tantos palcos e projetos, as ideias
de teatro e bailado que Joana tinha aos quatro anos também se
interligaram na peça ‘Ensaio para uma Cartografia’.
A encenação
de Mónica Calle foi levada ao Teatro D. Maria II e representou um
desafio multidimensional: dançar em pontas, tocar Beethoven num
contrabaixo, estar nua em palco…
Mostrar que a alma de ator é mais
que um horário sobrecarregado e uma mera repetição de falas.
O
‘Público’ considerou-a um dos espetáculos do ano. Joana
concorda e nós também.
Mas todos os anos, Joana continua a
desafiar-se e a cartografia da sua carreira está longe de estar
desenhada.