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João Tempera
18.05.2016
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A carreira de João Tempera está cheia
de espaços, tempos e papéis marcantes.
Foi Barão, «Cara de Fogo» e hoje, sempre em boa companhia, está bem na Sombra. Da música ao cinema, do teatro à antropologia, da cultura à alma, o palmarés do ator continua como ele: em mutação e com jogos de luzes.
Nasceu no final da década de 1970 e teve uma infância eclética. Numa entrevista ao Diário de Notícias, em 2004, recordou esses tempos criativos: «O meu pai fez teatro amador e sempre escreveu, cresci rodeado de livros, ele contava e lia-nos histórias. Virá daí o meu desejo de ficção e de sair de mim para as histórias.»
Com o apoio e inspiração da família, começou a dar os primeiros passos na arte de se transformar em outros. «No meu quarto, desenhava pessoas e punha-as a dialogar e participava em teatros escolares», disse.
Não foi por isso estranho que o percurso formativo passasse pelos palcos, mas sempre com um olhar atento às múltiplas plateias. Chegou a frequentar o curso de Antropologia «para ampliar a experiência humana». No entanto, foi na Escola Superior de Teatro e Cinema que estudou e interpretou os primeiros papéis de uma vida dedicada à profissão de artista. Concluído o bacharelato em Formação de Atores, passou à prática e de que maneira. Durante uma década, João trabalhou com a companhia do Teatro da Comuna e deu vida a personagens de extremos.
Aos 20 anos interpretou Kurt, um pirómano alheado da realidade («Cara de Fogo» de Marius von Mayenburg). Foi fácil encontrar pontos em comum com o malfadado jovem: «Identifiquei-me muito com o personagem, porque cresci a ler autores malditos, angustiados e revoltados com o mundo. Peguei nesse fogo que me consumiu na adolescência e canalizei para o espetáculo o sentimento de vazio, sem perspetivas.» Cinco anos depois, perguntava pel’«A Cabra ou quem é Sylvia?» na polémica peça de Edward Albee. Nesta encenação de Álvaro Correia, que valeu à companhia uma menção honrosa da Associação de Críticos, João foi Billy e todos os dilemas que o personagem enfrentava. Muitas peças se seguiram, sempre com as mesmas ambições: «Intervir, chegar aos outros, entregar-me, tocá-los como uma gargalhada ou um murro no estômago.»
Do teatro para a televisão e o cinema foram movimentações óbvias, embora nunca tenha abdicado de nenhuma oportunidade de explorar o amplo mundo da interpretação. Destaque para 2013 quando, n’«Os Filhos do Rock» (RTP1), deu corpo a um personagem homónimo, guitarrista e vocalista dos «Barões». Esta banda, embora inicialmente fictícia, era a alma da minissérie televisiva que recriava as (difusas) origens do rock português. O sucesso do projeto e a bagagem musical que já trazia de outras andanças fizeram o resto. Pouco depois, eram os Barões que atuavam em vários palcos do país e JP estava no centro dos holofotes.
Participou em curtas-metragens, filmes, séries, novelas. Deu e dá voz a filmes de animação e publicidade. Exemplos não faltam: Fiat, Listerine, Compal cereja, Europcar, Nasex, staples, Robialac, Tresemé, Bollycao, real seguros, TucTuc, VodafoneRyanar, Bimbo, Milaneza, hasbro....
A lista é extensa e está longe de estar completa. Os projetos continuam a valorizar o trabalho de «aprendizagem e autorreconhecimento» que o trouxeram para a representação.
Este ano, para lá de «Refrigerantes e Canções de Amor» – filme com estreia prevista para Agosto -, continua a dar-nos música. Muito antes de ser JP, em 2008, lançou o primeiro EP de um projeto que deu frutos: «João e a Sombra». Compositor, letrista e intérprete, João Tempera partilha o seu talento musical e apresenta o disco «Outra Coisa Qualquer». Editado em 2014, com muitos anos de maturação, este álbum é a playlist dos concertos que João e as várias sombras têm levado a vários palcos nacionais.
Foi Barão, «Cara de Fogo» e hoje, sempre em boa companhia, está bem na Sombra. Da música ao cinema, do teatro à antropologia, da cultura à alma, o palmarés do ator continua como ele: em mutação e com jogos de luzes.
Nasceu no final da década de 1970 e teve uma infância eclética. Numa entrevista ao Diário de Notícias, em 2004, recordou esses tempos criativos: «O meu pai fez teatro amador e sempre escreveu, cresci rodeado de livros, ele contava e lia-nos histórias. Virá daí o meu desejo de ficção e de sair de mim para as histórias.»
Com o apoio e inspiração da família, começou a dar os primeiros passos na arte de se transformar em outros. «No meu quarto, desenhava pessoas e punha-as a dialogar e participava em teatros escolares», disse.
Não foi por isso estranho que o percurso formativo passasse pelos palcos, mas sempre com um olhar atento às múltiplas plateias. Chegou a frequentar o curso de Antropologia «para ampliar a experiência humana». No entanto, foi na Escola Superior de Teatro e Cinema que estudou e interpretou os primeiros papéis de uma vida dedicada à profissão de artista. Concluído o bacharelato em Formação de Atores, passou à prática e de que maneira. Durante uma década, João trabalhou com a companhia do Teatro da Comuna e deu vida a personagens de extremos.
Aos 20 anos interpretou Kurt, um pirómano alheado da realidade («Cara de Fogo» de Marius von Mayenburg). Foi fácil encontrar pontos em comum com o malfadado jovem: «Identifiquei-me muito com o personagem, porque cresci a ler autores malditos, angustiados e revoltados com o mundo. Peguei nesse fogo que me consumiu na adolescência e canalizei para o espetáculo o sentimento de vazio, sem perspetivas.» Cinco anos depois, perguntava pel’«A Cabra ou quem é Sylvia?» na polémica peça de Edward Albee. Nesta encenação de Álvaro Correia, que valeu à companhia uma menção honrosa da Associação de Críticos, João foi Billy e todos os dilemas que o personagem enfrentava. Muitas peças se seguiram, sempre com as mesmas ambições: «Intervir, chegar aos outros, entregar-me, tocá-los como uma gargalhada ou um murro no estômago.»
Do teatro para a televisão e o cinema foram movimentações óbvias, embora nunca tenha abdicado de nenhuma oportunidade de explorar o amplo mundo da interpretação. Destaque para 2013 quando, n’«Os Filhos do Rock» (RTP1), deu corpo a um personagem homónimo, guitarrista e vocalista dos «Barões». Esta banda, embora inicialmente fictícia, era a alma da minissérie televisiva que recriava as (difusas) origens do rock português. O sucesso do projeto e a bagagem musical que já trazia de outras andanças fizeram o resto. Pouco depois, eram os Barões que atuavam em vários palcos do país e JP estava no centro dos holofotes.
Participou em curtas-metragens, filmes, séries, novelas. Deu e dá voz a filmes de animação e publicidade. Exemplos não faltam: Fiat, Listerine, Compal cereja, Europcar, Nasex, staples, Robialac, Tresemé, Bollycao, real seguros, TucTuc, VodafoneRyanar, Bimbo, Milaneza, hasbro....
A lista é extensa e está longe de estar completa. Os projetos continuam a valorizar o trabalho de «aprendizagem e autorreconhecimento» que o trouxeram para a representação.
Este ano, para lá de «Refrigerantes e Canções de Amor» – filme com estreia prevista para Agosto -, continua a dar-nos música. Muito antes de ser JP, em 2008, lançou o primeiro EP de um projeto que deu frutos: «João e a Sombra». Compositor, letrista e intérprete, João Tempera partilha o seu talento musical e apresenta o disco «Outra Coisa Qualquer». Editado em 2014, com muitos anos de maturação, este álbum é a playlist dos concertos que João e as várias sombras têm levado a vários palcos nacionais.