Making Of VOZ
Susana Menezes EDP
Sou a voz da EDP há muitos anos, muitos anos... Lembro-me que gravei a primeira vez quando a EDP mudou de logotipo, quando mudou para o sorriso, foi a primeira campanha que fiz. E lembro-me que foi muito divertido. Tinha uma música do Armstrong e havia muitos meninos a brincarem com almofadas de penas. Ena altura como ainda não tinha a escola de actores, experiência, aquilo para mim era assim uma coisa tipo um poema, era uma coisa muito relaxada, muito fixe. Ainda me lembro de partes do texto. É uma boa recordação.
Eu estou muito contente por ser a voz EDP, é muito bom, é uma parceria. Já nos conhecemos todos e é divertido. A equipa EDP é uma grande equipa, é muito exigente, tem muitas frentes. Mas acho que é uma equipa muito profissional e há um grande respeito entre todos que é muito óptimo.
Comecei a gravar tinha 17 anos. Na altura andava numa escola de artes, e alguns amigos tinham organizado um grupo de teatro nessa escola e comecei a fazer parte desse grupo. Estes meus amigos do grupo de teatro souberam que eu andava à procura de um trabalho e disseram-me que iam haver uns testes de dobragens.
Fiz os testes mas nunca imaginei que pudesse ficar, nunca. Nessa altura não havia estes canais todos, só havia a RTP, e então um dia quando volto para casa a minha mãe diz-me “telefonaram e entraste!” e eu, “o quê? aquilo da televisão!?”. Aí foi uma grande felicidade, a minha mãe foi super querida, deu-me flores, apoiou-me. E isto, foi o início de 12 anos a fazer dobragens.
No início é aquela coisa, “que horrível”, mas agora sou super critica. Gostei daquela palavra, aquela não gostei, aquela podia ter feito mais acima, ou mais para baixo. No início era aquela aflição do “Oh que vergonha, será que isto está bem?”. Agora até ponho mais alto para ver se está tudo lá, para ver o que é que posso melhorar da próxima vez, ou não, o que é que gostei aqui, que possa repetir.
Não sou nada supersticiosa, nem acredito no destino, nem horóscopos, nem em nada. Portanto o que eu faço é mascar uma chiclete, beber muita água e tento aquecer a boca enquanto vou para o estúdio. Se for de táxi tento falar com o taxista, se vou de carro vou a cantar uma música ou assim, mas mais nada. Nem tenho os meus headphones, nem dada dessas coisas. Eu chego lá, e faço.
A ZOV trata de uma série de coisas por nós. Porque uma coisa é ser actor e aquela é a tua vida, focas-te naquilo, tudo aquilo faz parte. No meu caso, é uma grande chatice. Ter de estar a telefonar às pessoas, ter que tratar.. é uma grande chatice mesmo. Assim só tenho um interlocutor, ligo, falamos e está tudo bem. É muito prático. Não sei se serve toda a gente, se toda a gente fica satisfeita ou não, mas para mim é óptimo. E elas são super queridas e para mim está tudo bem.