A televisão portuguesa do século XXI podia ser representada pela face de Mariana Monteiro. E pela voz, também.

É uma das atrizes mais reconhecidas das últimas fornadas de intérpretes da dramaturgia nacional, como presença constante em projetos televisivos ou pela forte atenção que conquistou do grande público.

Da estreia em ‘Morangos com Açúcar’ (TVI, 2005), uma etapa comum a muitos dos novos talentos que despontaram nos últimos anos, às iniciativas de responsabilidade social que a têm preenchido mais recentemente, a carreira de Mariana Monteiro está repleta de sucesso e de desafios superados. Entre moda, publicidade, cinema, teatro e o mundo digital, ela é a voz e a imagem de uma marca poderosa: ela própria.

Basta recordar como transformou um complexo de infância – a voz grave e ‘masculina’ – numa das ferramentas de trabalho mais valiosas.

O registo baixo e único levaram-na a associar-se a uma campanha das Nações Unidas, em 2015, como embaixadora da ‘Beijing+20’.

Este foi o ponto de partida para uma das causas sociais que defende com garras e dentes: a igualdade de género.

Por outro lado, Mariana também demorou algum tempo a superar a fobia de andar de avião.

Ironicamente ou não, é a sua voz que ecoa nas rádios e televisores em cada novo anúncio da Momondo (página para comparar voos mais baratos).

É ela uma das ‘vozes de marca’ mais reconhecíveis do mercado.

Assim, não é de estranhar que o portefólio desta jovem atriz já agregue parcerias com tantas empresas: Momondo, BNI Puzzle, Olá, Amoreiras, entre muitas outras.

Mas foi na televisão que Mariana se apresentou ao grande público.

Quem não se recorda da ‘Bia’, da ‘Ana Clara’ (‘Doce Tentação’, TVI, 2012), da terrível ‘Bárbara’ (‘Destinos Cruzados’, TVI, 2013) ou da doce ‘Inês’ (‘Coração d’Ouro’, SIC, 2015/16)?

Durante vários anos, Mariana tem sido protagonista de alguns dos maiores sucessos de audiências da ‘caixinha mágica’.

Nos últimos tempos, no entanto, tem procurado projetos mais diversificados. Como na apresentação, por exemplo, quando foi uma das ‘mestres de cerimónias’ do ‘The Voice Portugal’ (RTP, 2014), partilhando o palco com Catarina Furtado e Vasco Palmeirim.

Esta capacidade de adaptação também foi testada no teatro e no cinema. Embora com um impacto menor que os programas do primetime, Mariana já levou ao palco e às salas de cinema várias personagens inesquecíveis (‘Mary’ de ‘Confissões de Adolescentes’, 2007; ‘Yoshabel’ em ‘Amália, o Filme’, 2008; entre outras). Mas voltemos ao principal registo: a voz. Com tanta experiência na representação, é natural que Mariana seja procurada para dar ‘vida’ às versões portuguesas de filmes e séries de animação.

Entre as múltiplas participações, podemos destacar a ‘Chloe’ de ‘A Vida Secreta dos Nossos Bichos’ (2016), a ‘Maetel’ de ‘Alisa – a Heroína do Futuro’ (2010), (outro destaque mais recente), e muitas, muitas mais.

O que mais podemos dizer sobre Mariana?

Das capas de revista aos desfiles dos grandes estilistas, dos palcos ao estúdio de gravação, ela é uma ‘mulher dos sete ofícios’, com provas dadas em todos estes campos.

Mas talvez haja uma característica mais profunda: a ‘Inquietude’.

É este o nome do projeto mais pessoal que Mariana abraça. Desde a parceria com as Nações Unidas e aproveitando a atenção mediática de tantos anos sob os holofotes, esta jovem atriz procura associar a sua imagem a campanhas de sensibilização para causas sociais, como a violência doméstica, a crise dos refugiados e migrantes e a igualdade de género.

Já com dois livros infantis enquadrados no projeto e muitas outras iniciativas a caminho, Mariana continua inquieta e a mostrar-nos como um sorriso e uma boa ação podem fazer tanto por tantos.