Making Of VOZ

Sabri Lucas DSTV

Trabalho o DStv Kids desde o ano passado. Fui a um casting. Considero o processo dos castings sempre muto interessante porque o cliente escolhe-nos e acaba por nos acarinhar, é da responsabilidade dele o ter-nos escolhido e acaba por confiar. E gosto muito quando as pessoas confiam em mim. Trabalho, dentro da DSTvkids, o universo do cinema animado e das séries, onde cada série é um imaginário. Dou várias entoações e intenções diferentes para cada uma. E isso é muito interessante. O facto de eu ser pai da Inês e do Noah, e do Vicente, faz com que siga de muito perto as emoções deles e me aperceba do que é que eles gostam mais ou menos nos filmes. E quando eles vêem o “Como treinares o teu dragão” ou vêem o “Dusty” ou os “Carros” ou outra série qualquer, percebo de que é que eles gostam mais, de que personagens gostam mais, a que tons de voz ou timbres reagem melhor. Assim é mais fácil imaginar do que é que as crianças em geral gostam mais. E aí entramos no trabalho de actor, para interpretação para outras personagens criando um imaginário, criando uma base que é o teu motor . E gravar para a DSTv é muito engraçado por causa disso.

No ano passado por exemplo, fiz o “Big Hero 6 - Os novos heróis, da Disney”, dei a voz ao Wasabi. Fui à estreia com os meus filhos e fiquei calado. Mas foi uma vergonha, porque a Inês assim que ouviu, diz muito alto, “É o meu Pai !! Pai és tu, és tu Pai!!! ”  e eu “sim, sim, mas menos, menos”. E foi engraçado este personagem, porque eu tentei fazer o personagem de uma maneira e a direcção de actores pediu-me para fazer de outra forma.

Eu ia fazer uma versão mais cool, com uma voz mais cá em baixo e eles queriam uma coisa mais estridente. Mas no final acabou por resultar muito bem, porque de facto o americano também era assim.Fiquei muito contente porque o director de Espanha gostou muito. E na altura foi muito interessante também, ouvir o Mário Augusto fazer uma critica muito positiva ao meu trabalho e que era o meu primeiro filme. Foi giro. Foi engraçado, ouvir o feedback do meu trabalho.


A direcção de actor nem sempre é feita por quem sabe, porque chegar a estúdio e dizer a frase de vinte maneiras, fica-se perdido a pensar nas vinte hipóteses e nunca mais saímos dali. Com a experiência, fui fazendo de três ou quatro formas diferentes, o cliente escolhe uma e trabalho com essa. É uma estratégia. Mas isto foi adquirido através de muitas conversas com as agências, porque criamos laços interessantes com algumas pessoas. Afinal todos queremos o mesmo, queremos que o cliente goste da voz, que a voz venda bem, que as pessoas se identifiquem. É por isso que é muito importante ouvir rádio, ver televisão, ver como é que se faz, ouvir muita locução de locutores portugueses e estrangeiros. Às vezes ouço publicidades e penso como é que faria. Gosto de estar a pensar, a trabalhar.


A ZOV para mim é o motor e depois dou corpo à coisa, é uma parceria. E eu acho que isto faz sentido.


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