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Mariana Norton
22.08.2018
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Ela, ela é que foi a presidente da
junta!
Podíamos brincar com a célebre frase da ‘Herman
Enciclopédia’ para referir um dos papéis mais conhecidos de
Mariana Norton: a autarca ‘Patrícia’ de ‘Bem-vindos a Beirais’
(RTP, 2013-15).
Mas a carreira desta atriz-cantora-dobradora está
longe de ter apenas um destaque, uma referência. E estar afastada de
um escritório é um desígnio natural, claro.
Começou pela música, uma paixão de
vida que estudou, aperfeiçoou e pela qual gravou registos
impossíveis de esquecer.
Embora seja filha de escritores, foi o
improviso e a liberdade do jazz que a levou à Escola do Hot Club de
Lisboa, um dos espaços mais prestigiados de formação (e
apreciação) musical do país.
A partir daqui, foi continuar: fez
coros para o grupo Toranja, gravou várias faixas para compilações,
fez parte do grupo Nivea – finalista de um concurso da Rádio
Oxigénio, foi cantora residente de programas da RTP, fez parte de
bandas sonoras de telenovelas e longas-metragens e muitos, muitos
outros projetos.
As escolhas de Mariana sempre
interligaram estas duas armas (música e interpretação), com um
talento vocal inato.
Se já vimos como o jazz foi o pontapé de saída
– que a levaria também à Escola Superior de Música de Lisboa, em
2008, para tirar esse mesmo curso –, a passagem por Nova Iorque
carimbava essa polivalência.
Em 2003, Mariana rumou à ‘Meca’ do
showbiz, tendo-se formado em ‘Música, Teatro e Dança’,
vulgo ‘Musical Theatre’, na American Musical and Dramatic
Academy.
No regresso, e tal como muitos dos
grandes intérpretes nacionais, a atriz passou pela Escola Superior
de Teatro e Cinema, saindo diplomada em Formação de Atores. Daqui
para o estúdio de gravação – além das lides musicais –, foi
um passo.
Hoje, a voz de Mariana é presença assídua nas televisões
e nas rádios, mesmo que não seja em nome próprio, mas como parte
de campanhas publicitárias de sucesso. A lista é extensa: Sical Danças do Mundo, Perfumes & Companhia, Bio-Oil, Iberdrola, Adágio Skyr, Staples, Nutella, Wells,
entre muitas outras marcas.
Além disso, com este background
teatral, é natural que outros projetos de locução e dobragem
também requisitassem o seu talento.
E se
ela puder cantar, ainda melhor!
Assim, é importante lembrar que esta
atriz-cantora também tem álbuns editados em nome próprio.
Além de
participações pontuais em projetos de outros artistas como Rogério
Charraz, Lúcia Moniz ou Tiago Bettencourt, e das várias bandas
sonoras já referidas, o maior destaque vai para o disco ’10 sides
to my story’.
Editado em 2013, este foi o álbum de estreia de
Mariana Norton, com 10 canções da própria autoria – e um poema
escrito pela mãe que adoçou ainda mais o momento.
Mas é impossível não reconhecer o
trabalho televisivo da cantora. Desde a estreia em ‘Super Pai’
(TVI, 2000), Mariana tem acumulado papéis em grandes sucessos do
pequeno ecrã. Já foi polícia, ex-presidiária e, claro, presidente
de uma junta de freguesia, entre muitos outros personagens que
marcaram a ficção nacional.
Mais recentemente, pudemos vê-la em
‘Amor Maior’ (SIC, 2016-17), mas não faltam palcos ou estúdios
para enaltecer o seu talento.
Um bom exemplo é ‘Diferente’, uma
faixa que compôs para a banda sonora desta novela em que foi ‘Alice
Oliveira’. A letra é uma boa metáfora para a carreira de Mariana:
distinta, única e sempre, sempre a procurar novos caminhos para se
descobrir. Espreitem os palcos do país durante a tournée de ‘Elas
e o Jazz’, que está a decorrer este Verão.
Lá, entre elas, entre
os improvisos da banda, está Mariana.
E é fácil encontra-la.
Basta
ouvir.