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Alexandre Ferreira
31.05.2018
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Queria ser astronauta, mas cedo descobriu que ser actor era tão ou mais fantasioso. Ou então mais realista. Um levava-o a conhecer os «mundos exteriores», o outro a conhecer «os mundos interiores».
Optou pela segunda: a de se descobrir a si próprio nos vários papéis da vida.
Tinha 9 anos quando subiu pela primeira vez ao palco. Foi na escola primária e era o protagonista. Os aplausos e as gargalhadas que arrancou do público, geralmente desatento, foram um presságio para a promissora carreira que tinha pela frente.
Teatro, televisão, cinema. Alexandre Ferreira percorreu os três, sempre de braço dado com a comédia e o sentido de humor aguçado. Mas o primeiro amor foi o teatro. E esse nunca se esquece.Ainda antes de terminar o ensino secundário, já sabia o que queria: estudar teatro.
Começou por se inscrever num curso de seis meses patrocinado pelo Fundo Social Europeu mas, como tinha 17 anos e só aceitavam maiores de idade, viu-se obrigado a...falsificar a sua própria identificação. Sem problema. O engano desfez-se assim que as aulas começaram e ninguém o impediu de prosseguir o seu sonho.
Terminou o secundário e seguiu direitinho para o Conservatório, hoje chamada Escola Superior de Teatro e Cinema.
Assim se construía o actor.
A par dos estudos, estreou-se nos palcos com 18 anos, n’A Barraca, ao lado da experiente Maria do Céu Guerra.
Trabalhou com os Els Comediants, no Teatro da Trindade, passou pela Malaposta, pelo Auditório Camões, pelo Teatro Mundial, pelo teatro de improvisação, stand-up comedy e até pelo teatro musical, onde brilhou no famoso ‘Fame’ e, principalmente, no irreverente ‘Rapazes Nus a Cantar’, onde confessa ter interpretado uma das suas personagens mais complexas, que exigiu maior entrega a nível pessoal e profissional.
A televisão funcionou como a sua rampa de lançamento. Primeiro ‘Riscos’, a série da RTP que lançou muitos jovens actores.
Depois ‘Residencial Tejo’ e depois a novela ‘Anjo Selvagem’, que, quer pela sua duração quer pelo sucesso que alcançou, valeu-lhe o reconhecimento e a oportunidade de arriscar mais e ir mais longe.
Seguiram-se outras novelas e tele-filmes, mas hoje Alexandre permanece na retaguarda do pequeno ecrã. Ambicioso e trabalhador, saltou para o grande ecrã como actor e estreou-se como realizador em 2009, com a curta-metragem ‘O Estranho Caso das Flores’.
Além de tudo, é ainda a voz portuguesa de Cole, o protagonista do videojogo INFAMOUS da Sucker Punch e faz uso do seu timbre forte e incomparável para dar voz a grandes Marcas, não deixando de dar o ar de sua graça em diálogos e interpretações, como por exemplo: CONTINENTE, My CUF, FORD, BANKINTER, A VACA QUE RI, STAPLES, entre outros.
Mas a vida de actor nem sempre foi fácil.
«O pensamento de que vamos vender pizzas ou lavar pratos é recorrente nesta carreira». Era assim que Alexandre Ferreira pensava sempre que ia a uma audição. O medo, a incerteza, a instabilidade, são uma constante.
Mas, felizmente, as portas abriram-se e Alexandre nunca as deixou fechar.