Cheguei através de um amigo actor​/ locutor angolano ​que me apresentou a​s "damas" da Zov (as "primeiras damas" acresento ;) ). Na altura utilizava unicamente a voz cantada para alguns artistas, tais que Paulo Flores (Angola), Tito Paris (Cabo-Verde) e estava a começar o novo projecto dos Madredeus, como solista. Queria entrar no mundo das locuções "á séria" porque já tinha me estreado no "Contra-Informação" há muito tempo atrás mas era muito jovem e não tinha ficado com contactos nenhuns, não sabia como regressar.. Então...feliz o dia em que fiz um casting para ZOV!

Tirei o curso de Formação de Atores, na Escola Superior de Teatro. Tinha boa voz, cantava. Enviei imensos CV, bati a imensas portas, falei com muitas pessoas. Até que consegui uma oportunidade. Quando entrei disseram-me logo "Sabes quantos CV teus já recebi?! Uns 4!!!”, “Teria enviado mais, se fosse preciso.” - respondi. Tive muita sorte, tantos nos primeiros castings, como nos primeiros trabalhos, como em ter encontrado pessoas que me ajudaram e ainda hoje ajudam.

Normalmente chamam me quando precisam de um timbre diferente: grave, repousado, quente (ou morno, depende da intensidade ​ e do propósito​!​). ​Apesar de usarem muito a minha voz para assinaturas, vozes de companhia pelo cariz sério que o meu timbre tem, sobretudo chamam-me por ser mais grave e quando precisam de "tempero", como alguém disse uma vez.

Voz simpática, comunicativa, jovial. Ou voz de Espaços&Casas… ou voz de Syfy… ou voz de “Tu não és aquele que faz aquela coisa que passa na televisão?"

A interpretação. Considero que interpreto bem, apesar do cunho mais formal que a minha voz tem mas gostaria- porque não- de ter aquele "brilho interpretativo" que um actor tem por exemplo. Aquela miscelânea de possibilidades a que eles recorrem... Admiro muito o trabalho de alguns colegas.

Costumo dizer que para ter um tom institucional ainda preciso de fumar muitos charutos, apesar de não fumar de todo. Mas há um estilo jovem, desprendido, de “não estou nem aí mas isto que eu estou a dizer é que é” que tenho dificuldade em atingir.

Que sou compositora-cantora e estou para lançar umas coisas​ em nome próprio para muito​em breve​! Ah, e produtora...! (por isso leva tudo mais tempo quando somos nós a fazer tudo)​ ​

Curiosamente, quem me conhece há menos de 10 ou 12 anos, fica muito surpreendido ao perceber que outrora, já tive cabelo. E não, Calvinho, não é nome artístico!

Todos são tãooo bons! Adoro o que faço mesmo. Por mim, não saía do estúdio nunca. Sou mega perfeccionista e acho que os momentos altos são todos aqueles em que eu digo "Eu consigo ainda fazer melhor!" e depois faço mesmo.​

Há uns 2 anos fui gravar um trabalho locutado. Mas a cliente, que não estava em estúdio, queria que se arranjasse maneira de cantar qualquer coisa lá pelo meio. O pessoal da agência transmitiu-me isto com um encolher de ombros e ar de desespero. Percebia-se que era uma questão delicada. Estava a gravar a locução quando de repente tive uma ideia. Graças à música que tinham escolhido e a uma das frases frase do texto cuja métrica encaixava na perfeição na batida da música resolvemos o problema. A equipa adorou. Enviou-se o trabalho para a cliente e ela ligou logo de volta a cantar a frase da forma como eu tinha gravado, super entusiasmada com a minha solução.

A ZOV é a minha família da VOZ! Acolheram-me, acreditaram sempre em mim, tratam-me que nem uma princesa.​ Se trabalho tanto em locuções é graças à ZOV porque me apoiaram desde o ínicio e não há muita gente a apostar em desconhecidos hoje em dia..por isso sinto-me grata

A ZOV é um ponto de referência. Que nos ajuda quando precisamos, que nos aconselha como precisamos e que nos recebe sempre com um sorriso. Tenho a felicidade de estar na ZOV com frequência e sinto-me sempre parte da casa.

Cantora. E estou mesmo a ser sincera. Gosto mais de fazer locuções do que cantar. Esta é uma confidência estranha, eu sei, para alguém que canta há mais tempo, mas é assim mesmo... Adoro fechar-me naquele "mundinho" e dar vida às palavras!​

Andar pelo mundo a experimentar hotéis de 5 estrelas e SPAS - sendo pago por isso, é claro!

Voz, evidentemente. Através da voz tu expressas o que te vai na alma. Até o próprio timbre denuncia muito da tua personalidade. ​A imagem pode ser altamente construída e artificial. Até podes conseguir trabalhar a voz etc. mas a voz é sempre verdadeira, não consegues alterá-la ao ponto de a modificares ou moldares noutra voz que não a tua.

Voz!!!!! A imagem suga-nos a vida, prezo muito a minha privacidade.

Cuidar e brincar com a minha bebé. A compor e a tentar arranjar parcerias para o meu projecto musical. (Preciso de tudo neste momento, desde um realizador a um figurino, de um designer a mais investimento,etc.)​ ​ uma trabalheira que faço com muito gosto porque acredito na minha voz e nas minhas ideias e, com tempo, sei que semearei o que eu ando a plantar. Por falar em plantar...também tenho uma horta biológica e gosto de cozinhar :) No final do dia, o que eu gosto mesmo é de improvisar brincadeiras e canções para a minha filhota.​

A dirigir outras pessoas que trabalham com a voz.

A voz és tu mesmo, nasces com ela, dás-te a conhecer ao mundo com ela..desde os primeiros sons que usas para te exprimires, e aquelas pequenas vitórias pessoais: o formular de um discurso brilhante (para ti próprio pelo menos), aquelas palavras que saem mas querem dizer outra coisa e só aqueles que te conhecem sabem realmente o que estas a querer dizer... Enfim, quando te serves dela para exprimir todos aqueles momentos especiais da tua vida: a TUA VOZ está lá, sustentando e servindo todos esses momentos! É um código complexo, é um outro ADN cheio de infinitas particularidades. A voz nasce contigo, acompanha-te toda a tua vida, na tua maturidade..envolve-se da tua personalidade mas não decai como a imagem física, fica firme contigo até à morte.​​

É uma grande espelho da personalidade das pessoas, a voz e a capacidade de a utilizar.

​O sorriso, as gargalhadas da minha filha. Vê-la feliz. Ver os outros felizes (se sou eu a causadora da felicidade fico embriagada de felicidade)

Ser apreciado pelo meu trabalho e fora dele e estar rodeado de pessoas que admiro e respeito. Isso e cheesecake!!!

​O meu maior medo é que a minha vida passe sem que tenha feito a diferença na vida de alguém. Ou olhar para trás e não ter percebido que alguém me pediu ajuda, que ignorei alguém por distracção ou outra vã razão qualquer.

Perder a voz… o cabelo já foi!

​Defeitos tenho muitos. Qualidades também :D Só um de cada, então? Demasiado teimosa. Honesta.​

Sobre mim? Ser simpático é uma qualidade e um defeito. Ser teimoso também. Em geral? Defeito - falta de curiosidade. Qualidade - generosidade.

​Não tinha feito tantos estudos académicos que não me serviram de nada...a não ser para cultura geral e ainda por cima, metade do que aprendi já me esqueci. Tinha feito um curso prático. O curso de Canto por exemplo. ​ ​Um curso de carpintaria (adoro móveis)..agricultura.. fazer instalação solar em casa faça-você-mesmo, culinária sem glúten, culinária saudável para bebés, sei lá! Há tanta coisa interessante para fazer. Coleccionar mini-cursos de tudo e assim fazia tudo sozinha e não precisava de estar sempre á espera que alguém fizesse por mim e pagar! Tinha estudado piano muito cedo ou guitarra, isso tinha dado muito jeito.​ ​ Como vês, esse "volta-atrás"seria muito bem ocupado :)​

Teria saído mais cedo de certos sítios onde trabalhei. Devemos colaborar em projectos que nos fazem bem, só assim fazemos bem a esses projectos. Sejam profissionais ou pessoais, os projectos são de vida e não para a vida e devem durar o tempo que valer a pena, não mais do que isso. A vida dá-nos muitos mais sinais do que aqueles que realmente vemos. Teria ligado mais vezes aos meus avós. Teria dado mais importância aos sintomas da Flan, a minha cadela que morreu há um ano. Teria tido mais coragem de dar a minha opinião e teria explodido mais vezes pondo muito boa gente no seu devido lugar. Ter ficado calado uma vez ou outra também não me teria feito mal nenhum.

​Magnética. Aconchegante. Aveludada.​

É uma voz metálica, de timbre médio grave mas com bons agudos. É uma voz ágil e plástica, muito resistente. Parece que estou a descrever um vinho tinto!!! Posso não gostar desta pergunta? (risos)

​Tenho muitos mas são essencialmente musicais. Stuart Staples, Leonard Cohen, Mercedes Soza, Lucília do Carmo , Amália Rodrigues, Chavela Vargas, etc. Gosto de vozes "com história na voz". Muitas divas dos jazz das décadas 30, 40 e 50 do século XX. Entre as quais, posso citar aquela com quem me identifico mais: Julie London, pela técnica de microfone que a Lhasa de Sela (mais contemporâneo) também usa e confesso gostar muito, é muito aconchegante e intimista, são vozes que parecem contar segredos. ​​

A nível musical sim, tantos, depende do meu humor, é uma lista enorme. Mas quanto a vozes de publicidade, por exemplo, admiro imenso o Alfredo Brito, a Dalila Carmo, o Filipe Duarte.

Gostava muito de me lembrar, já dei voltas e voltas...mas não me lembro!​

Lembro-me sim. Foi para a Cuétara. Que mal jeitoso que eu era, mas o cliente gostou!!

O que eu gostava mesmo mesmo de fazer já não existe.... Era ser "menina da rádio"! Entrava às 09h na cabine e só saía às 17h.
Maravilha das maravilhas! De locutora passava a "reclames" de pasta dentífrica e sabão clarim, cantava os jingles em coro com as minhas colegas e ainda fazíamos a novela ​no final da tarde​! Não era lindo??! Isto era o meu sonho. Não precisava de palco, de​êm-me cabines que eu fico super feliz​ . Tenho o culto do estúdio, aquele espaço de criação é demais. Ali, temos aquele poder de direccionar o "tom" da campanha mais para a esquerda ou para a direita, no início as possibilidades são imensas e tu ajudas a dar um resultado final acompanhando os sinais e os sentimentos de quem pensou no anúncio mas ainda não o ouviu fora da sua cabeça, somos uma "ferramenta" essencial! Gosto mesmo desta ideia da criação, de dar vida ao inanimado, das ideias se transformarem em som, um pouco como na música...é absolutamente maravilhoso.​

Aqueles que me assentam que nem uma luva!!!! Acima de tudo, trabalhos em que quem dirige, sabe o que quer mas também confia nas pessoas com quem está a trabalhar. É sempre um trabalho de equipa. Não gosto de ser macaco de imitação, nem pau mandado, nem máquina de repetição, nem trabalhar num mar de indecisões. Gosto quando procuramos caminhos e assumimos opções, trabalhar sobre elas, ir apurando e chegar a um porto. Navegar é preciso mas atracar também!

Bebo litros de água. Ando sempre com garrafas de litro e meio atrás de mim. Faço exercícios de dicção antes de chegar ao estúdio.

Evito bebidas frescas ou demasiado quentes, evito bebidas alcoólicas, nada de bebidas com gás. Muita água!!!!! E sim, eu canto as músicas que passam no rádio enquanto conduzo. Sei que além das figuras tristes que faço a conduzir, teoricamente podemos esforçar a voz sem darmos por isso. Mas também se eu não fizer uma asneira ou outra a vida não tem piada.

​A vida de Jesus Cristo é o que mais me inspira, e a Bíblia claro.

O meu marido. Muitos dos meus colegas. Quem está no mundo para fazer dele um local melhor.

Nunca me aconteceu nada de bizarro mas lembro-me que um dia fui a um estúdio para uma super-mega marca (L´Oréal, posso dizer a marca?) e lembro-me- se calhar por ser o primeiro trabalho nesse estúdio e cliente- fui dirigida frase a frase e nunca me tinha acontecido! Assim de repente parecia que estava na tropa...mas depois percebi a razão de ser assim e agora quando vou gravar para esse mesmo cliente, ficam às vezes surpreendidos porque até já adivinho o que querem mudar e o que gostaram. Ah, pois é.. a "psicologia de estúdio" também se aprende ;)​

Gravei uma vez um jingle, o cliente não estava em estúdio. O tom era muito agudo. Enviámos ao cliente e ele ligou a dizer: mas eu escolhi o Sérgio Calvinho, não escolhi a Ana Vieira.

​O "meu som" é muita coisa! É uma panóplia de variadissímas coisas por isso resumo por estilos, ok? Gosto de música mais "indie" e "música do mundo" (não gosto sobretudo deste último rótulo porque não quer dizer nada).​ ​ Gosto de Fado. Gosto de música cristã. Gosto dos clássicos do jazz.

Não gosto nada de reduzir as coisas à unidade mas o ronronar dos meus gatos

Cinema: que chatice só poder dizer um... "Le fabuleux Déstin d´Amélie Poulain" do Jean-Pierre Jeunet, gosto de quase tudo dele. Vá, só mais um: Le Concert/ The Concert do Radu Mihăileanu.

Crepúsculo dos Deuses

Graças a Deus já me deram alguns bons conselhos na vida mas o último tocou-me bastante: "Melhor é dar do que receber"​

"Sê menos simpáticozinho!!!"

​Sou cristã evangélica.​

Além da minha hérnia discal e da flexibilidade natural que tenho a nível físico? Não gosto de chocolate! Odeio chocolate! O cheiro do chocolate derretido dá-me vómitos, bem como mousse de chocolate.