Making Of VOZ
Cláudia Semedo LIMIANO
Já faço voz off de Limiano há três anos. De facto já faço parte da família. É Como o queijo, como a assinatura do produto. Eu gosto muIto de fazer a voz de Limiano. É uma voz familiar, quentinha, Regra geral dizem-me que tenho uma voz mais metálica e aqui sinto que consigo arredondá-la mais um bocadinho, aveludá-la e eu gosto desta voz.
Já trabalhamos juntos há algum tempo e já sabemos o que queremos uns dos outros. E acho que a Limiano foi a primeira marca em que tive de fazer muitos anúncios no mesmo dia. Era uma campanha grande, a primeira vez que trabalhámos, e ficámos uma manhã inteira a gravar e deu para brincar, fazer um bocadinho de tudo. Mas este lado mais familiar é o que me interessa mais. E mesmo a ligação, a relação que estabelecemos com a equipa, com a marca, sinto que faço realmente parte da família.
Gosto muito quando as equipas me dão alguma liberdade para eu fazer como sinto, a primeira vez, mas também gosto muito da sensação de ser dirigida, de ter alguém que sabe exactamente o que quer e que me tenta levar lá. Regra geral isso é um desafio maior. Quando chego e faço como acho que deveria ser, é muito mais fácil cair na repetição, no que me é confortável, no que estou habituada a fazer. Gosto muito de ser dirigida, quando há uma boa direcção, quando sabem o que querem, quando sinto que estamos todos a trabalhar para um objectivo, num rumo definido.
É engraçado, porque vimos a estúdio para falar, mas é muito importante ouvirmos antes de falarmos. Mas gosto de direcções que sabem o que querem. O lado de actriz pesa aqui muito, tentar interpretar uma ideia de alguém e só com a voz. E além disso tenho relações já muito antigas e é esse lado que me encanta mesmo.
Eu gosto de trabalhar e gosto daquilo que faço, mas o lado burocrático do pagamento e dessas coisas todas, sou completamente aluada, distraída. O que me interessa mesmo é o lado artístico. E de repente ter um grupo de pessoas, a Marta, a Vera, a Sara, a Céu que são pessoas muito próximas, muito presentes e que estão sempre muito atentas à nossa vida é muito bom. E esta questão da família é muito importante. São muito afectuosas, têm muitos cuidados. Há uma fotografia dos nossos filhos na ZOV. Estão sempre preocupadas com o nosso bem-estar, se estamos bem, como estamos, querem sempre saber como correu a locução. E é muito bom termos este apoio porque isto muitas vezes pode ser muito solitário. Andamos a saltar de estúdio em estúdio, sempre com pessoas diferentes e termos um grupo de pessoas que são muito queridas e atentas, que estão efectivamente preocupadas connosco, dá-nos um apoio fundamental. Sinto-me sempre muito apoiada. E esse é o lado mais importante, o das pessoas, não é só aquela coisa profissional.