Exclusivos ZOV
Margarida Vila-Nova
13.01.2020
Audio
1
Video
Uma vida a viver outras vidas.
Este
poderia ser um bom resumo da longa carreira de alguém ainda tão
jovem. Não é por acaso que Margarida Vila-Nova é uma das atrizes
portuguesas mais reconhecidas e reputadas do meio: é por ter três
décadas de trabalho em pouco mais de três décadas de vida.
Palcos, plateaus e estúdios são
espaços onde se reinventa e alimenta cada nova personagem.
E pensar
que tudo começou com apenas cinco anos, quando participou no filme
‘Dédé’ (1988) de Jean Louis Benoît. Ainda criança,
continuaria ligada aos palcos (ao vivo e televisivos), dirigida por
Filipe La Féria, em emissões de ‘Grande Noite’ e ‘Cabaret’.
Dado o mote, passou os muitos anos que
se seguiram a construir um currículo invejável, com teatro,
televisão, cinema e publicidade a mostrarem os seus dotes… E está
longe de concluir este percurso.
Hoje, ao ligarmos a televisão, é
difícil não ‘tropeçarmos’ em Margarida. Novela da noite? Lá
está a dar vida a ‘Sara’ na mais recente aposta da TVI para o
horário nobre (‘Na Corda Bamba’). Policial tenso e focado no
Portugal contemporâneo? Estrearam nas últimas semanas duas séries
na RTP, ‘Sul’ e ‘Luz Vermelha’, onde a atriz encarna mais
personagens desafiantes.
Sem esquecer, claro, que durante cada
intervalo publicitário existem fortes hipóteses de ouvir a voz de
Margarida a apresentar um novo produto ou destacar um slogan
mais apurado.
Mas nem no cinema podemos fugir do
talento desta intérprete nata. Nem o faríamos. Basta recordar como,
recentemente, viveu ‘Maria’ em ‘Hotel Império’ (2019). Esta
última obra cinematográfica em que figurou foi apenas mais um
sucesso, na senda de um outro filme – ‘Cartas de Guerra’ (2016)
– em que regressou ao grande ecrã com aplausos do público e da
crítica.
Margarida continua assim a desafiar-se
a cada dia e com inúmeros projetos a avolumarem o palmarés. Longe
vão os tempos da sua primeira protagonista de telenovela – a
inesquecível ‘Rita’ de ‘Mundo Meu’ (2005-06) – ou da sua
resiliente ‘Leonor’ de ‘Mar Salgado’ (2014-15). Nos últimos
anos, depois de uma passagem pelo Oriente que a inspirou e
transformou, conquistou um espaço ainda maior no panorama mediático
português e não há traços de abrandar.
Mas regressemos ao estúdio de gravação
e à forma como o timbre de Margarida se agarrou aos nossos ouvidos.
Ela tem uma das vozes femininas mais requisitadas para locuções e
dobragens, tendo mesmo recebido prémios pelos trabalhos no campo
sonoro (‘Melhor Voz’, Prémios Meios e Publicidade, 2012, por
exemplo).
Se hoje dá um toque quente à
frase-chave da mais recente campanha da Caixa Geral de Depósitos –
‘powered by Caixa’ –, não faltam outros registos marcantes: 'Stodal', ‘A
Vaca Que Ri’, ‘Um Bongo’, entre tantos e tantos anúncios
a que emprestou a sua voz.
Já a capacidade de dar vida a outras
vidas é uma ferramenta imprescindível para as dobragens, um campo
onde dá cartas desde os 17 anos. Versões em português de clássicos
da animação, séries juvenis ou live-actions contaram com o seu
registo. Entre os muitos trabalhos que assinou como dobradora
contam-se: 'Heavenly Sword', jogo para a PlayStation como personagem principal e Abelha Maia, o Filme.
Por agora, basta-nos seguir os seus
passos, as suas personagens, as suas viagens…
Sim, porque Margarida
é uma ‘cidadã do mundo’ e um olhar breve às suas redes sociais
provam que há muitos mundos que ela descobre e ainda quer descobrir.
São apenas algumas das muitas vidas que esta atriz vive e, com a sua
voz e o seu corpo, ajuda a viver.